18 janeiro 2013

Desabafo


Quando pequena, você sabia todos os meus gostos. Sabia que eu amava rosa, e os doces que mais gostava, sabia todos os meus sonhos, e que eu amava animais, sabia o horário de todos os meus programas favoritos e até que pra mim o mundo seria perfeito se o céu fosse rosa, e não azul. Entre os dois você era meu favorito, disso eu tinha certeza, tinha em você o meu porto seguro e me orgulhava de falar sobre você para os meu coleguinhas de escola. Lembro que sempre antes de sair para o trabalho você vinha me explicar o porque de ter que sair, cantava uma canção, me dava um beijo e saia.
E eu achava que tudo se manteria perfeito em todos os sentidos.
Hoje me pergunto onde foi parar tudo isso, procuro razões cá dentro e não acho; eu o amava e não sei  o que aconteceu com esse amor. Amor não evapora, não acaba de uma hora pra outra, mas no fundo sei que não foi de repente, dentro de mim sei todos os motivos e todos os porquês mas insisto em me culpar.
E pra mim não é fácil, mesmo que pareça. Talvez eu tenha aprendido a guardar meus sentimentos de um modo que eu sofra menos, talvez diante de tudo isso eu tenha me tornado fria mesmo.
Porém existem laços impossíveis de se romper, com mágoas ou o que quer que seja eu te amo e sei que é recíproco esse amor, mesmo achando que fazemos mal um ao outro...

Você me faz falta.

12 janeiro 2013

Que tal ler: O Garoto no Convés

Estou de volta (again), e volto com resenhas de um livro que por indicação de uma amiga (visitem o blog) eu resolvi ler, e bora começar o ano com resenha :


Autor: John Boyne. 
Tradução: Luiz Antônio de Araújo.
Páginas: 496.
ISBN: 9788535915051
Editora: Companhia das Letras.

Sinopse:
Em abril de 1789, semanas após concluir no Taiti uma curiosa missão com fins botânicos - coletar mudas de fruta-pão para alimentar os escravos nas colônias inglesas -, o navio de guerra britânico HMS Bounty foi palco de uma revolta de parte da tripulação contra o capitão William Bligh, que acabou deixado à própria sorte em um bote em alto-mar junto com os marinheiros ainda fiéis a seu comando. Sem provisões e instrumentos de navegação adequados, o grupo enfrentou 48 dias de duras provações até alcançar a costa do Timor. Neste livro, a história da expedição é narrada do ponto de vista de John Jacob Turnstile, um garoto de Porstmouth, sul da Inglaterra, que sofre abusos de toda sorte, inclusive sexuais, no orfanato e pratica pequenos furtos nas ruas da cidade. Detido pela polícia após roubar um relógio, é salvo pela própria vítima do roubo quando esta lhe faz uma proposta - em vez de ficar encarcerado, embarcaria no HMS Bounty para passar pelo menos dezoito meses como criado particular do respeitado capitão Bligh. Turnstile aceita a barganha, planejando fugir na primeira oportunidade. Mas a rígida disciplina da vida no mar e uma relação cada vez mais leal com o capitão transformarão sua vida para sempre. 

Resenha:

A história se inicia de um modo que ninguém imagina o que vem a seguir. Turnstile é um garoto de 13 anos acostumado a cometer furtos aos fidalgos de Porstmouth, mas um dia uma dessas tentativas de furto não dá certo e o que era pra ser só um rouba a um relógio acaba mudando por completo o rumo de sua vida, Turntile é capturado pela polícia e para não ficar preso recebe a proposta de embarcar no HMS Bounty por 18 meses como criado do capitão. Turnstile é um garoto sem experiencia nenhuma com o mar, aceitou a proposta planejando fujir quando houvesse qualquer brecha, só pra não permanecer encarcerado.
A cada capítulo fui conhecendo cada vez mais o personagem principal, e narrador da história, que vai revelando aos poucos sua história e que todo seu jeito é consequência de seu triste passado.
Durante a viajem Tutu (apelido que nada lhe agrada) cria laços de amizade e desavenças com outros de seus companheiros abordo, e como de costume é muito humilhado tanto por não ter experiencia no mar quanto por ser de cargo inferior a todos, mas uma proximidade muito importante de sua vida surgiu dentro do navio com seu capitão, o Sr. Bligh.
A "parte central" da história  começa lá pela terceira ou quarta parte, quando acontece o grande motim que torna a história interessante, porém achei a 4º parte um pouco cansativa por ter tantas incertezas (sem spoilers, rs), mas como sou curiosa só ajudou com que eu lesse mais rápido pra saber o que viria pela frente. 
O final foi outra parte que gostei bastante e que na minha opinião não deixou nada a desejar, fora uma curiosidade típica de qualquer leitor que me fez pesquisar e descobrir que o livro é baseado em fatos reais, quando vi a história como realmente aconteceu vi que é algo meio que esquecido, até porque perguntei pra várias pessoas e nenhuma tinha ouvido falar. E esse foi outro ponto positivo no livro, o autor soube juntar bem os fatos e fazer com que a história se tornasse interessante com o pouco de suspense que ele colocou na leitura. Mesmo sendo o mesmo autor do livro O Menino do Pijama Listrado a leitura de um livro pra o outro foi bem diferente, achei a narrativa desse livro mais matura mesmo os dois sendo ótimos.